Por Webmaster
A história da humanidade demonstra que a intolerância, o descaso governamental, a corrupção pública, e a disputa pelo poder político, geram as graves crises sociais de uma nação. Sinistros que entre outros fatores contribuem para o aumento das desigualdades sociais, da miséria e de todo tipo de violência contra a vida humana na terra.
Nesse cenário caótico o Brasil, desponta como um dos países mais propícios à impunidade, e a banalização do poder Estatal. Estas afirmações se sustentam a partir da Constituição de 1988, que inegavelmente não cumpre o papel de carta cidadã, mas sim, de referencial de defesa para os poderes públicos que a avocam quando caem em descrédito.
A mesma atitude de clamar pela Constituição tem o cidadão consciente, porém, resolutivamente esse bramido não alcança o objetivo desejado pela maioria dos 183 milhões de brasileiros.
A única arma ainda vertente nas mãos da sociedade organizada seria a força da mídia, disputada constantemente por grupos interessados apenas nas benesses do poder. Pode-se observar que três grupos básicos participam dessa disputa, o primeiro o das grandes corporações privadas que pregam um alto índice de consumo. O segundo é formado pelas instituições públicas, e organizações políticas que visam unicamente à utilização dos meios de comunicação para a manutenção do poder político. O terceiro grupo é o constituído pelos segmentos sociais, sendo a maioria, configurado de acordo com as necessidades das massas.
Nessa contenda os dois primeiros grupos levam vantagens em relação ao grupo da sociedade organizada, pois, a condição de sedução financeira é um fator relevante na ora em que a mídia vai reproduzir informações sobre determinado assunto. Mesmo assim, o terceiro grupo ocupa espaço importante na visibilidade midiática, o problema para os movimentos sociais nesse momento é saber se eles estão ocupando um real espaço na mídia, ou se estão sendo usados para legitimar e acirrar ainda mais a disputa. No debate os grupos inserem como estratégia de ataque à propagação do escândalo midiático, que sem dúvida causa muita repercussão pública, assim, por algum tempo o interesse da representatividade midiática projeta os atores envolvidos no processo e seus respectivos discursos, organizando-os na qualidade de meros informantes e não de donos da informação.
Então podemos constituir a idéia que a mídia conspira continuadamente contra a essência da verdade. Pois, manipula a informação, mostrando para o público uma interpretação editada, com fins de satisfazer apenas seus interesses financeiros, comerciais, e políticos. Mantendo assim, um ibope dominante.
O poder da mídia não esta somente na capacidade de propor um entendimento quase que único às massas, sobre um determinado assunto, vai mais além do que isso. Há momentos em que ele se identifica integralmente com as pessoas, apresentando-se à cima do bem e do mal, exemplo a Globo, que em sua programação deixa transparecer que é a emissora oficial do país.
Quem já não viu ou escutou, outra pessoa comentando que no “jornal tal” apareceu uma reportagem sobre um relevante assunto, e que agora o bicho ia pegar, porque a imprensa estava em cima. Verifica-se que o “relevante assunto” é de interesse público, logo pode ser sobre corrupção política, prisão de policiais envolvidos com crimes, caos na saúde, fraude contra o sistema econômico do país, desvio de dinheiro público do Sistema Único de Saúde - SUS, enfim coisas do gênero. Quanto ao “agora o bicho vai pegar”, é uma demonstração clara de que o receptor absorveu a idéia midiática de que a partir do envolvimento da imprensa a roubalheira deverá parar. Ledo engano.
A ressonância da informação não exclui a condição social do individuo, já que qualquer um pode obter a mesma notícia dos mais diversos tipos de veículos de comunicação. Ou seja, nos jornais impressos, revistas, rádio, TV, Internet, ou até mesmo pelo celular.
O objetivo central do poder midiático é convencer o receptor a acreditar fielmente na informação pré-concebida, para isso os meios de comunicação sustentam de fato, e não de direito a condição de “quarto poder” perante a opinião pública. Que paga um alto preço por esta busca de legitimidade pública é precisamente a massa, porque constrói em seu imaginário, um paladino da verdade, irreal, e hábil que retrata a reação popular contra as mazelas sociais.
No entanto o poder midiático se constitui em um processo mutante, e ao final apresenta uma informação híbrida, expropriando a verdade dos fatos. Muito mais doloroso é saber que o resultado extremo desse poder tem por base a omissão e a subserviência.
O poder da mídia, insere em suas articulações fisiológicas os três conceitos, então dessa forma legaliza jornalisticamente a manipulação da informação. Caso exista sustentação nessa tese, o poder midiático não age como ferramenta para propagar os conhecimentos devidos sobre um determinado assunto. Serve tão somente para o fomento das informações relevantes aos interesses empresariais e políticos do veículo de comunicação que irá noticiá-las.
Sendo assim, é preciso relembrar o campo da disputa pelo poder midiático, pois nele estão centradas todas as fontes vivas que tornam possível a sobrevivência deste nível de comunicação. Entenda-se por isso, que a mídia aqui descrita não está comprometida unicamente em disseminar uma verdade simplista dos acontecimentos.
Poder, esse encanto “humanizou” o comportamento da imprensa, que está sub-julgada, e submissa, mas, viva e pronta em atender as necessidades consumistas dos indivíduos que a procuram. Principalmente para pré-conceber entendimentos sobre as várias informações, sejam elas de quaisquer área.
No imaginário da humanidade a mídia reflete o poder da informação absoluta, pois, sempre esta pronta a sintetizar os conhecimentos das religiões, das ciências, da filosofia, da política e das guerras. O julgamento dessa canalização de informações nos leva a um pensamento primário, de que tudo o que sai na imprensa é verdade.
Frente a esse caso, o poder midiático vai aumentando o seu campo de ação, influenciando não só no comportamento consumista dos seres humanos, mas também na maneira de pensar das pessoas. Caminha-se a passos largos para uma repressão midiática, onde o cidadão está se tornando, cada vez mais refém das novas tecnologias e de suas ferramentas.
O jornalismo atual mais parece com uma revista eletrônica do que uma estrutura informativa, a preocupação é muito mais com a estética e com o visual, as informações passaram a ser meras coadjuvantes do vislumbre apresentado. A mídia gradativamente impõe aos seres humanos uma espécie de ditadura midiática, onde supostamente só vive bem, quem consome os mandos desse poder. Que oferece uma infinidade de informações apuradas e pré-estabelecidas por um sistema que não obedece às fronteiras geográficas, idiomas, cor, sexo, religião, culturas ou a própria tecnologia.
Muito mais, que um processo de acesso coletivo, o poder midiático é global e ao mesmo tempo em que se apresenta como uma proposta de informação individualizada, porque segue uma linha editorial estabelecida por um interesse empresarial. Então estabelecidas às regras do jogo, resta definir quais os limites do poder exercido de forma inegável pela mídia.
Interessante pontuarmos que o poder midiático, desempenha um papel de suma importância na soma de forças entre os diversos grupos que o disputam, pois, ao pregar a ideologia da imparcialidade propicia as correntes mais fracas a possibilidade da reação e do contra ponto.
O modelo de comportamento midiático adotado pela maioria das redes é o dos Estados Unidos da América – E.U.A, uma escola que centra suas ações jornalísticas no convencimento pré-estabelecido, ou seja, não repassa simplesmente a informação. Condiciona-as a oferecer um pensamento nacionalista ao individuo, o resto do mundo é contextualizado dentro da noticia, assim, a imprensa americana mantém a retórica imperialista, até nos meios de comunicação.
No Brasil, longe de se ter um idealismo no ciclo das informações, o que predomina são os interesses dos grupos, pertencentes às grandes corporações privadas, aos círculos políticos, e ao poder Estatal.
Cláudio Souza, vice-presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul (ACSPMBM/MS).
Fone: Ronda MS
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